Por Kelly Gomes – Não importa se você é empreendedor ou profissional, a Quarta Revolução Industrial vai te impactar de alguma forma.

A princípio, dependendo do lado em que você está, essa mistura de humanos e inteligência artificial lembra aquele asteroide que atingiu a Terra 66 milhões de anos atrás. Sim, aquele que, segundo os estudos da equipe internacional de pesquisadores liderada por Yale, exterminou os dinossauros e 75% da vida no planeta.

Em tese, a Quarta Revolução Industrial não exterminará vidas, mas exterminará algumas micros e pequenas empresas, empregos e profissões. Além disso, mudará as relações sociais, políticas e econômicas.

Mas, a Revolução Industrial 4.0 é de todo ruim, então? Não, claro que não. Esse desenvolvimento tecnológico traz e ainda trará muitos benefícios tanto para empresas como para profissionais. O importante é estar preparado para essa grande mudança, já que acontecer não é opcional.

É a fase que “transformará fundamentalmente a forma como vivemos, trabalhamos e nos relacionamos.

O que é a Quarta Revolução industrial?

Derivada da Terceira Revolução Industrial, é uma fase que compreende algumas tecnologias para a automação e troca de dados. Portanto, baseia-se em sistemas ciber-físicos, computação em nuvem e Internet das Coisas. Em outras palavras, segundo Klaus Schwab, desenvolvedor do conceito e diretor e fundador do Fórum Econômico Mundial, é a quarta fase da industrialização que tende a ser totalmente automatizada a partir de sistemas que combinam máquinas com processos digitais. É a fase que “transformará fundamentalmente a forma como vivemos, trabalhamos e nos relacionamos”.

Indústria 4.0 no Brasil

Segundo um estudo da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP) em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI-SP), a indústria 4.0 no Brasil está devagar quase parando. A entrevista realizada com 227 empresas, por exemplo, apontou que 32% nunca tinham nem ouvido falar do tema. E, somente 41% das indústrias utilizam o lean manufacturing, ou sistema de produção enxuta.

Porém, o fato é que apesar da morosidade brasileira para entrar na quarta fase da Revolução Industrial, entrar é necessário. Segundo o diretor do departamento de Relações Internacionais e Comércio Exterior da FIESP, Thomaz Zanotto, “Quando há uma revolução inelutável, a gente ou lidera, ou segue, ou sai do caminho”. Essa afirmação foi feita no Fórum Público da Organização Mundial do Comércio (OMC).

Em suma, não tem como fugir da Quarta Revolução Industrial. A adaptação é para todos, sem exceção. Haverá benefícios e malefícios, como em todo progresso.

Como a Quarta Revolução Industrial impacta empreendedores

Como a Quarta Revolução Industrial impacta empreendedores

Antes de qualquer coisa, as empresas que não se adaptarem ficarão obsoletas e serão engolidas pelo mercado. Por exemplo, imagine duas pequenas empresas de estamparia. A empresa A é composta por tinturaria, costura, arte, estamparia e embalagem. Tem 20 funcionários e trabalha com estoque. A empresa B possui as mesmas áreas, mas aplica o conceito de
lean manufacturing. Em suma, reduz custos de produção, elimina o desperdício, dá velocidade à empresa e entrega somente o que realmente tem valor para o cliente. Ela faz isso trabalhando sob demanda customizada, com auxílio de máquinas, com 8 funcionários, e não tendo um local de estoque, e sim um local para guardar os pedidos até serem enviados.

Qual empresa tem mais chance de sobreviver ao longo do tempo?

O lado negativo de aderir a indústria 4.0 é que independente do tamanho da empresa, é necessário refletir como fazer isso da maneira mais adequada.

O lado positivo é que aderindo a Indústria 4.0, a empresa se torna mais competitiva, principalmente por causa redução de custos e aumento da qualidade.

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Como a Quarta Revolução Industrial impacta profissionais

Bem, enquanto as empresas e consumidores mais ganham que perdem quando se trata da 4º Revolução Industrial, com os profissionais não é bem assim. Muitas profissões desaparecerão. Serão literalmente exterminadas. Segundo Carl Benedikt Frey, doutor em economia da Universidade de Oxford. E, segundo Michael Osborne, professor de ciência de engenharia de Oxford, as profissões mais ameaçadas estão nas áreas de logística, produção e escritório. Em tese, àquelas que são intelectualmente repetitivas.

Máquinas não são capazes de negociar. Máquinas também não são capazes de criar, gerir pessoas e nem de interagir com o cliente.

Sabendo disso, o ideal é estudar o inimigo e entender como não ser abatido por ele. Por exemplo, máquinas não são capazes de negociar. Nessa hora o artigo “Como negociar, 5 dicas de quem tratou da paz entre a Russia e a Chechênia” cai como uma luva. Máquinas também não são capazes de criar, gerir pessoas e nem de interagir com o cliente. Portanto, algumas profissões para investir sem medo são relações públicas, organizador de eventos, design gráfico e design de moda. Claro que há muitas outras, mas o importante é fazer a lição de casa e entender quais não estão ameaçadas. E, acima de tudo, entender como se preparar para enfrentar esse “novo mundo”. O artigo “Profissional do futuro, como assegurar um lugar ao sol” pode ajudar bastante nesse quesito. Não deixe de ler.

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