Por Diego Infanti – Conheça a história de Marta Faria e Ju Jones, duas mulheres empreendedoras que por meio do artesanato puderam empreender, além disso, transformar a vida das pessoas ao redor.

Em entrevista para EAD360graus Marta e Juliana contam os desafios, as dificuldades, e a satisfação que é empreender trabalhando com artesanato. Além disso dão dicas para que o microempreendedor consiga iniciar seu negócio e entrar para a lista dos que fazem a economia girar.

Marta Faria, 56, é mãe, esposa, ex-bancária, uma mulher empreendedora . Como muitos brasileiros tinha vontade de empreender. Em virtude de um sonho criou a Casa Amarela Art’s, seu ateliê, e com o artesanato, sua paixão desde menina, encontrou uma maneira de abrir seu próprio negócio.

Marta Faria e Ju Jones, empreendedoras do ramo de artesanato, contam a história da Casa Amarela Art´s

Juliana Jones, 40, conhecida como Ju Jones, era aluna de Marta e compartilhava com ela a mesma vontade de empreender, transformar a vida das pessoas e deixar um legado.

Conheça como elas conseguiram transformar o sonho em negócio mesmo em um país que deixa tudo mais difícil para quem é pequeno empresário.

Confira!

Empreender com sucesso: entrevista com Marta Faria e Juliana Jones

Marta, conta para o público da EAD360graus por que você resolveu empreender e quando você deu o pontapé inicial?

Eu era bancária, mas sempre tive vontade [de empreender]. Sempre gostei de artesanato, sempre desenvolvi muitas peças.

Durante uns 3 anos fui amadurecendo a ideia para só depois tomar uma decisão. Trabalhei e me programei para empreender. Então, chegou a um ponto que eu achei que o banco não fazia mais parte da minha vida, resolvi mudar radicalmente mesmo. Eu tinha 49 anos.

E como foi essa mudança radical?

Saí do banco para abrir o ateliê. Iniciei em casa. Instalei umas prateleiras e comecei a fazer as peças. Eu fazia as peças e divulgava via Facebook e Elo 7, um site voltado para artesanato.

Empreendedoras do ramo de artesanato dão lições valiosas para quem quer empreender.

Depois, abri uma empresa, aluguei um imóvel e em novembro de 2012 montei a Casa Amarela Art’s com o apoio do meu esposo e dos meus filhos. Por 5 anos empreendi sozinha, mas há dois anos me associei a Ju Jones, juntamos a Casa Amarela Art’s com a Ju Jones Arts.

Você deixou o certo pelo duvidoso. Não tinha como empreender em paralelo?

Saí do banco para abrir o ateliê porque eu penso que se quero abrir um negócio eu tenho que fazer bem feito. Não adiantava nada abrir o ateliê e continuar trabalhando no banco. Eu teria que cumprir as minhas obrigações no banco e o ateliê iria ficar lá [largado]. Poderia colocar um funcionário, porém não seria a mesma coisa.

Como você encarou essa mudança?

É uma mudança bem radical, quando somos empregados temos o salário todo mês, independente do valor. Quando estamos empreendendo a gente por vezes não tem uma retirada. De repente temos apenas para cobrir as despesas. No começo a loja se pagou, então, foi ótimo! Era uma fase de adaptação.

E, como foi a fase inicial, teve muitas dificuldades?

Ah sim, empreender é muito difícil, tive muita dificuldade. Primeiro porque tinha medo, o medo faz a gente pensar, entretanto fui com a cara e a coragem. Segundo por causa das dificuldades do negócio.

Quais dificuldades?

Por exemplo, a primeira dificuldade que tive foi conseguir clientes [para comprar as peças] e para fazer os cursos porque eu não tinha noção de como divulgar e era desconhecida. A segunda dificuldade foi negociar com os fornecedores [de material] porque eles não negociam, eles dão um prazo muito curto para faturar. E a terceira dificuldade foi encontrar professores qualificados que ensinassem técnicas diversificadas.

Mas, apesar de tudo isso, nunca a Casa Amarela Art’s atrasou uma conta.

E como você resolveu essas dificuldades?

A princípio, fazendo cursos rápidos de capacitação técnica e de empreendedorismo. Também ampliei o canal de divulgação, além da divulgação online também coloquei anúncio em jornal e em saquinho de pão. Mas não rolou nada com relação ao saquinho de pão.

"Fui amadurecendo a ideia para só depois tomar uma decisão. Trabalhei e me programei para empreender"

E hoje estou voltada para fazer uma pós-graduação em arteterapia pois pretendo focar nesse negócio com as pessoas. Além disso, estou fazendo uma parceria com uma psicóloga. Queremos [Marta Faria e Ju Jones] fazer a arte com a terapia junto.

Vamos falar de questões financeiras. De quanto você precisou para montar a Casa Amarela Art’s? Foi dinheiro próprio ou empréstimo?

Do jeito que eu queria, mais ou menos R$ 20 mil. Esse valor incluiu aluguel do imóvel, reforma, instalações, materiais para a produção das peças e máquinas. O dinheiro foi próprio. Eu já possuía um dinheiro reservado para investir.

E como é a estratégia, hoje, para administrar os investimentos financeiros?

A gente estipula uma meta, por exemplo, daqui a seis meses precisamos fazer tal coisa. Nós precisamos estipular uma meta, caso contrário a gente acaba não saindo da zona de conforto.

Quais os principais meios de vendas da Casa Amarela Art’s?

Colocamos [as peças] nas redes sociais, por exemplo, Instagram e Facebook. Também fazemos parcerias e colocamos [as peças] à venda com amigos artesãos. Nesse caso é mais boca a boca a propaganda, E, também, distribuímos folhetos em festas. Por exemplo, esse ano participamos da Festa das Nações e vamos participar da Festa Junina da Sagrada Família. Ocasionalmente também colocamos anúncio no jornal do bairro, entretanto o boca a boca daqui [do bairro] é muito mais forte.

Agora, quero saber as saias justas que a Casa Amarela Art’s já passou. Alguma situação surpreendeu vocês em termos de produção ou gestão do negócio?
Duas mulheres empreendedoras que por meio do artesanato puderam empreender

Aconteceu uma vez o risco de cancelamento de um pedido grande que nos deixou bastante assustadas, pois já havíamos comprado 80% do material. Já tínhamos investido, mas por fim a compra deste material foi uma situação positiva que fez a pessoa não desistir do pedido.

Acreditamos que se nós não tivéssemos comprado o material, ele [o cliente] teria desistido. Era uma encomenda muito grande, ficamos três meses trabalhando direto. E sabe por que isso aconteceu [o cliente querer desistir do pedido]? Porque surgiu uma concorrente que era industrializada, portanto, tinha um custo [de produção] muito mais baixo do que o nosso. Mas, pela consideração ele [o cliente] resolveu fazer com a gente. Para retribuir, encontramos um meio termo, melhoramos ainda mais o valor. Mas dessa vez ficamos bastante assustadas.

Esse episódio fez com que vocês mudassem a forma de recebimento de valores para grandes encomendas?

Sim, atualmente, se pegamos um pedido grande e é o primeiro pedido daquele cliente solicitamos uma porcentagem de sinal. O que é normal, pois não é uma peça industrializada.

Diante de competições com indústrias e das dificuldades de empreender em um país onde a economia não é estável, já pensaram em desistir?

Olha, já tivemos fases difíceis, mas não de pensar em desistir. Pensar em desistir eu [Marta] nunca pensei. De pensar amanhã vamos fechar as portas e vamos procurar um emprego, nunca pensamos nisso. As dificuldades existem sim e, às vezes, ainda tenta pegar a gente. Mas, eu [Marta] sou muito teimosa.

Quais dicas vocês dariam para quem quer empreender?
Contem 3 lições que vocês aprenderam empreendendo.

Fazer planejamento financeiro, fazer cursos de capacitação, e não tomar decisões por impulso. E, acima de tudo, ter perseverança e fé.

Antes de tudo, apesar das dificuldades que todo mundo encontra, as pessoas acabam esquecendo que existe uma força maior a quem podemos pedir ajuda. Acreditamos que a fé e a perseverança estão em primeiro lugar.

Quais dicas vocês dariam para quem quer empreender?
  1. Ter a certeza de que tem um perfil empreendedor;
  2. Fazer pesquisa de mercado;
  3. Fazer um planejamento;
  4. Fazer cursos de capacitação;
  5. Consultar o Sebrae;
  6. Investir em marketing;
  7. Não agir por impulso;
  8. Inovar-se sempre;
  9. Não desistir.

Para você seguir algumas das dicas da Marta e da Juliana, descubra se tem perfil empreendedor com esse Teste: empreendedor ou profissional, qual seu perfil? ou entenda sobre planejamento com o artigo Planejamento Estratégico em 6 passos ou entenda tudo sobre cursos de capacitação com este artigo Cursos livres: fazer ou não eis a questão.

Qual o diferencial da Casa Amarela Art’s?

Em princípio, acreditamos que seja o carisma e o atendimento. A gente se coloca no lugar do cliente e agimos como gostaríamos de ser tratadas. A gente se esforça ao máximo, pois é o nosso cartão de visita essa simpatia, esse jeito diferente de dar esse carinho. Percebemos que estamos transformando a vida das pessoas.

Qual o próximo passo para o crescimento da Casa Amarela Art’s?

A princípio, fazer algumas parcerias com empresas. A ideia é levar a importância de fazer o artesanato para as empresas. Por exemplo, as empresas possuem atualmente a sessão de massagem ou a ginastica laboral para os funcionários, não possuem? Queremos expandir deste modo, levando o nosso trabalho [o artesanato] para empresas e escolas.

A ideia é levar a importância de fazer o artesanato para as empresas.

Como vocês se sentem sendo mulheres empreendedoras e fazendo este trabalho com artesanato e costura?

Realizadas!

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Casa Amarela Art´s

A Casa Amarela Art´s está localizada à Rua Rio Grande do Sul, 1200, Centro, São Caetano do Sul – São Paulo.

Contato: (11) 3593-8960

Facebook: @casamarelaarts

Instagram: @casamarelaarts